Wild Cards foi criado em 1987 como um experimento literário. A ideia era reunir um grupo de escritores para criar um universo compartilhado, em que diferentes personagens poderiam interagir em histórias independentes ou em tramas maiores. O projeto foi liderado por George R.R. Martin, autor de Game of Thrones, e incluiu nomes como Walter Jon Williams, Melinda Snodgrass e Roger Zelazny.

O universo de Wild Cards é marcado por um evento conhecido como a noite de abertura. Em 15 de setembro de 1946, um vírus alienígena caiu sobre a cidade de Nova York, alterando o DNA das pessoas que entraram em contato com ele. Alguns morreram, outros desenvolveram habilidades extraordinárias e se tornaram super-heróis. Mas há também aqueles que foram transformados em monstros, mutilados ou simplesmente enlouqueceram.

As histórias de Wild Cards se passam em um mundo em que a presença de super-heróis é aceita pelas autoridades e pela população. Há heróis celebrados pela mídia e pelo público, como o Ás de Copas e o Trombadinha. Mas também há os perdedores, os excluídos, os que lutam para sobreviver em um mundo que não os compreende.

Um dos pontos fortes de Wild Cards é sua capacidade de criar personagens complexos e cativantes. Cada escritor tem sua própria história e estilo, o que faz com que os heróis e vilões de Wild Cards sejam tão diferentes uns dos outros. Há personagens como o Ás de Espadas, que controla o fogo, mas sofre com as cicatrizes que o transformaram em um paria; o Ás de Copas, um astro de TV que tem sua identidade secreta exposta pela imprensa sensacionalista; e o Trombadinha, um jovem com poderes de teletransporte que vive nas ruas e luta contra o preconceito e a marginalização.

Mas Wild Cards não é apenas uma coleção de histórias de super-heróis. A série é também uma crítica social ao modo de vida americano das décadas de 80 e 90. Os escritores abordam temas como o racismo, a homofobia, a corrupção política, a luta pelos direitos civis e a desigualdade social. Em Wild Cards, os super-heróis não são apenas seres sobrenaturais, mas espelhos da sociedade em que vivem.

Ao longo dos anos, Wild Cards cresceu e se expandiu. A série já teve mais de 20 volumes lançados nos Estados Unidos, além de spin-offs, romances e antologias. Os escritores continuam a explorar o universo compartilhado, criando novos personagens e histórias que ampliam e aprofundam o mundo de Wild Cards.

Em resumo, Wild Cards é uma série de literatura fantástica que vale a pena ser explorada. Seus personagens complexos, histórias emocionantes e crítica social fazem dela uma leitura indispensável para os fãs do gênero.